domingo, 30 de outubro de 2011

Por que viemos?

A verdade eh que eu odeio aqueles blogs com posts longos, eu mesmo fico com preguica de ler. Mas percebi que nunca expliquei direito o que viemos fazer aqui em Uganda.

Nosso time eh bem grande. Somos 7 do curso de PDP - Product Development Project - 4 do curso de IDBM - International Design Business Management - e mais 4 da Universidade de Makerere, em Kampala, Uganda. No total, temos estudantes da Finlandia, Nova Zelandia, Coreia do Sul, India, Uganda, e, claro, Brasil.

O objetivo da equipe do PDP eh criar um prototipo, um produto com foco em higiene e saneamento em escolas ugandenses. O objetivo do IDBM eh tornar o produto economicamente sustentavel. Nao podemos, por exemplo, usar aluminio se nao ha aluminio disponivel na regiao, ou se ele eh caro demais para uma escola.
O fato eh que por aqui muitas e muitas ideias e projetos mirabolantes ja foram testados. A maioria falhou, e por que? Grande parte nao levou em conta um elemento aparentemente simples, mas crucial: O que as pessoas realmente querem?

No nosso caso, nao adianta fazer algo que funcionaria na Finlandia, pelo simples fato de que os finlandeses nao sao ugandenses. Muitos projetos simplesmente esqueceram de considerar a cultura e os costumes das pessoas que iriam realmente utilizar o produto / projeto / coisa. Outros simplesmente chegaram, despejaram o resolvedor de todos os problemas do mundo, e foram embora, sem ensinar como utilizar, como manter, e mais importante ainda, sem pensar se a comunidade seria capaz de fazer a manutencao com os elementos disponiveis na regiao.

Esses sao os grandes desafios, e o fato de termos uma parte da equipe focada em aspectos abstratos eh importante para o sucesso do projeto. Alem disso, temos uma equipe INCRIVEL de estudantes ugandenses que nos ajudam a manter os "pes no chao".


E por mais que se oucam historias, ou que se vejam fotos, eh simplesmente impossivel fazer a imagem de como eh a situacao aqui. O ambiente, os cheiros, as pessoas, tudo isso eh muito diferente quando se sente na pele. Essa eh a importancia de nossa viagem: nao podemos desenvolver algo para um ambiente e pessoas que nao conhecemos.

Mas sinto que estamos seguindo um bom caminho. Sabem quando parece que as coisas comecam a se encaixar sozinhas, e tudo parece que da certo? Eu vejo isso como um sinal de que estamos fazendo bem nosso trabalho.

Depois eu conto mais.

Um comentário:

  1. Ivane!!!
    Tb acho um saco os posts grandes, mas valeu ler este teu!
    Que fantástico o que vcs estão fazendo aí! Tô louca pra saber mais sobre os teus relatos exatamente o que sentiste ao estar num país totalmente diferente, com cores, cheiros e língua estranho.
    Boa sorte e feliz aniversário antecipadamente,
    beijo,
    Marília

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