quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A Aalto, a TKK e as tradições

A faculdade em que estou estudando chama-se Teknillinen korkeakoulu, mais conhecida com TKK ou como Helsinki University of Technology (apesar de ficar em Espoo). É a mais tradicional faculdade de engenharia da Finlândia. Em 2010, foi criada a Aalto University, a partir da união da TKK, da Helsinki School of Economics e da Helsinki School of Arts. O nome da universidade homenageia Alvar Aalto, um dos maiores arquitetos finlandeses, que foi quem projetou o campus de Otaniemi, onde está a TKK.
Pros meus amigos que gostam de ler artigos, mais informações aqui.

E a vida na TKK inclui algumas tradições muito fortes por aqui. As associações estudantis são muito organizadas, anos-luz à frente de qualquer coisa que temos no Brasil. O apartamento em que moro, por exemplo, é do "grêmio". Cada curso tem a sua guilda, como eles chamam, que é algo como uma mistura entre as fraternities dos americanos e os nossos CAs. Todos usam um uniforme, cada grupo de uma cor específica, e aqueles que já passaram pelo primeiro Wappu (um festival enorme em maio) recebem um chapeu branco.

Como falei no outro post, tô me esforçando no sentido de me enturmar logo. E como a programação pros intercambistas tava muito fraquinha, me enfiei nos eventos (leia-se: festas) pros calouros. Ontem especificamente levaram os calouros da computação (mais eu e um espanhol) pra uma casa e apresentaram a Tietokilta, a guilda da Comp. Tiveram várias atividades de integração, e eu fiz esse vídeo:


É uma musiquinha da comp. E eu tive uma crise de riso a primeira vez que ouvi, sei lá por quê. Porque tava em finlandês. Porque eram finlandeses felizes cantando. Sei lá! Hahaha. Pra eles também é engraçado eu tentando falar finlandês.

Mais tarde voltamos pra Otaniemi e em outra festa, exatamente à meia-noite, como manda a tradição, tudo parou, a banda entrou, todos seguraram seus chapéus acima das cabeças e cantaram o Teekkarihymni, o hino dos estudantes da TKK:


Não dá pra ver nada, mas dá pra ouvir. Preciso aprender logo a cantar, não quero ficar deslocado.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Dias cheios

Olá senhoras e senhores, meninas e meninos, e Bruninho.

Vou postar correndo apenas pra dizer que os meus primeiros dias aqui tão sendo muuuito cheios, e por isso talvez vcs estejam vendo menos fotos do que gostariam. Mas o fato é que quero aproveitar minha euforia inicial pra conhecer o maior número de pessoas possível por aqui. Pq mais tarde inevitavelmente virão a depressão e a saudade, e pelas minhas contas isso vai acontecer justamente na pior época do ano segundo os próprios finlandeses: novembro. Em novembro os dias já são mais curtos, mas ainda não há neve. Então é um mês muito, mas muito escuro. Sombrio.

Mas pra compensar, vou postar uma foto muito especial pra mim:


Esse sou eu no primeiro dia em frente ao prédio do auditório principal da faculdade. Essa foto é especial pra mim porque lá atrás, em janeiro, quando comecei a pesquisar sobre as faculdades que poderia escolher para o intercâmbio, uma das primeiras coisas que achei sobre a TKK foi uma foto exatamente deste prédio, mais ou menos do mesmo ângulo da foto acima.
Quando decidi que era aqui que queria estudar, me imaginava caminhando neste gramado, sentado nos degraus...enfim, aquela coisa que a gente ouve falar que pensamento positivo ajuda, sabem?? hehe. Bom, com 4 horas de Finlândia nas costas, lá estava eu, naquele gramado, na frente daquele prédio.

Fica difícil descrever em palavras a explosão de felicidade que sentia no momento dessa foto. É com um pequeno símbolo dessa felicidade que encerro esta transmissão.

domingo, 28 de agosto de 2011

Cheguei!

Comecei o blog com hundred million posts sobre a Croácia e justamente quando cheguei na Finlândia fiz silêncio. Bom, não aceito reclamações, avisei no primeiro post que isso aqui ia ser uma porcaria! haha! Mas o motivo é que desde que cheguei aqui não parei um segundo.

Cada grupo de estrangeiros tem um tutor, que é um aluno daqui que te acompanha e ajuda no começo. Um dos meus três tutores é o Lauri, e ele foi me encontrar no aeroporto. Trouxemos minhas coisas até meu quarto e...cara, que desgraça tava este quarto. Um vietnamita morou seis meses sem limpar absolutamente nada, e depois dele ainda passaram 2 indianos.
A palavra que eu conheço que melhor descreve o estado do quarto naquele momento é em croata: prljavo. Prljavo significa sujo. Mas pela sonoridade...Prljavo soa que nem um tapa, uma cuspida na cara. Prljavo é violento. Prljavo! Assim tava o quarto.
Quando eu fiz a faxina, gastei 5 horas lavando tudo e tô até agora com dor nas costas. Achei uma cebola apodrecendo embaixo da estante, dava pra tecer uma camisa com os algodões de poeira. Tenso. Prljavo -- Tupish! Tapa na cara.

Depois de deixar minhas coisas a gente foi almoçar e à noite saímos. Na Finlândia, faça como os finlandeses, certo? E nada mais finlandês do que...beber! E fomos pra balada.
Lá pelas 2 da manhã o Lauri disse que tínhamos que ir senão perderíamos o último ônibus. A amiga dele falou "Eu moro aqui perto, vocês podem dormir lá em cas...". Ela nem terminou a frase eu já tinha aceito. Sei lá se ela tava falando só por educação, mas por nada no planeta eu ia perder a chance de não dormir naquele quarto imundo.

Nos dias seguintes fiz minha matrícula na faculdade, paguei o aluguel, abri conta no banco, etc. etc...tava me acertando por aqui. Na sexta-feira ainda aconteceu a Helsinki Night of Arts, um evento que todo mundo vai em massa pra cidade não pra ver porcaria de arte nenhuma, mas sim pra beber. Hoje, domingão, dei aquela merecidíssima dormida infinita de quem viajou muito e dormiu pouco. No meu quarto limpo.

Resumindo: cheguei. Tô bem.

Quase lá!

O mar, o cisne, a Nokia

Nova Poli!

Nova comida!

Novo país!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Medvedgrad: programa de índio

NÃO VÁ, NÃO VÁ A MEDVEDGRAD!!!! Eu insisti pra irmos no Mirogoj, mas a Marília fez questão de subir a montanha. Não tem nada lá, nem água.

Vejam o relato detalhado (e levemente incorreto) da Marília aqui.

A vista de Zagreb

A fortaleza

A subida

Eu

A carona de volta: 15 minutos de carro, na descida. Nós subimos à pé.





O desencontro

Quando eu estava procurando lugar pra ficar em Dubrovnik, troquei emails com uma mulher chamada Marijana. Ela que no fim me arranjou o quarto na casa da senhora Dragica, onde fiquei.
Quase todos os dias Dragica me dizia que tinha falado com Marijana, e tinha dito que eu era um bom menino. "Dobar, doooobar dečko!", repetia.

Quando eu estava de mala nas costas, indo embora, conheci a tal Marijana. "Então você é o brasileiro? Puuuxa, pena que minhas filhas não estão aqui pra te conhecer, tenho duas da sua idade!". Eu ri e agradeci o elogio. Achei que ela estava só sendo gentil.

No dia seguinte a filha dela me adicionou no Facebook. Fiquei imaginando a cena: "Filhinha, cê num sabe..." Haha!

domingo, 21 de agosto de 2011

Split

Voltando de Dubrovnik pra Zagreb o ônibus fez uma parada em Split. Vim pra cá ano passado e não gostei. Mas eu desci pra dar uma olhada...já estou aqui mesmo, por que não?

O porto é tão bonito...ah, a torre da cidade velha iluminado na noite..que beleza! Puxa... até que Split não é tao ruim assim! - eu pensei.

Entrei na rodoviária pra ir ao banheiro, custava 3 kunas. A catraca tinha uma maquininha automática. Minha única moeda era de 5 kunas. Coloquei no buraco, e a máquina não devolveu o troco. Lembrei porque odeio Split.

sábado, 20 de agosto de 2011

Ilha de Lopud

Perto de Dubrovnik estão as ilhas Elafiti. Das três ilhas, em duas não há carros. Fui para a ilha de Lopud, uma dessas duas menores. A grande atração dela são as praias de areia, coisa rara por aqui.

Cheguei depois de uns 50 minutos de barco. Eu queria ir para o outro lado da ilha, onde fica a maior praia. Quando vi uma placa indicando a fortaleza de Kaštio, resolvi visitá-la antes. Exatos cinco passos depois, eu olhei pra cima. Putz...ela era muito no alto. Muito. Falando sério: MUITO alto. Mas eu já tinha dado cinco passos. Não dava mais pra desistir.

Cem metros depois eu já estava me odiando pela ideia. O sol tava de rachar. Eu tinha ouvido falar que o segredo pra essas coisas é não pensar na volta. Mentira. O segredo é não ter amor próprio - nem um pingo.

Chegando lá vi que a fortaleza é utilizada até hoje...por cabras. Olha, quem nunca foi encarado por uma cabra, olho no olho, não sabe o que é intimidação. No caminho eu me desviei e visitei também uma igreja do século IX no topo de outro monte. É fantástico pensar que naquela época, naquele fim de mundo, pessoas se davam ao trabalho de construir igrejas em lugares tão inacessíveis. Eu sofri só pra subir até lá, quando mais carregando pedra! A história do Brasil que a gente estuda na escola tem quinhentos anos. Mil anos atrás - duas vezes o Brasil - aquela igrejinha já tinha, sei lá, cem anos de idade.

Eventualmente eu achei a estrada certa até a praia que queria. Foi o mergulho mais refrescante da vida. Valeu a empreitada.

Em tempo: a água da torneira da ilha não é potável.








O quarto

Na Croácia é muito comum as pessoas alugarem quartos e apartamentos durante o verão. Na minha opinião, é o melhor lugar para se ficar. Às vezes mais barato que um hostel (albergue), quem escolhe essa alternativa pode até mesmo ficar junto da família do anfitrião. Se você der sorte, tomará café com eles e ainda te servirão rakia - bebida alcoólica típica - feita em casa e frutas colhidas ali mesmo, no jardim.

Em Dubrovnik fiquei na casa de uma senhora extremamente gentil. Quando via que eu estava acordado, vinha me trazer suco e ficou felicíssima ao saber que eu tinha gostado do passeio que me recomendou.

Ela aluga três quartos em sua casa, e isso me proporcionou uma das conversas mais interessantes que já tive: estávamos eu, a senhorinha que só fala croata e um casal de kosovares que só falavam francês. Eu balbucio um pouco de francês, fiquei de intérprete.

A Croácia é fantástica!


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Dubrovnik

Dubrovnik por si só vale um blog inteiro, mas vou me limitar a um só post. Pensei muito sobre o que falar, talvez contar a história da cidade. Mas isso é o tipo de coisa que quem quiser pode ler na Wikipedia. Aliás, recomendo muito a leitura de artigos.
Então sobre isso direi apenas o seguinte: já contei da minha paixão pela Croácia, e de tudo que há pra ver e fazer aqui eu não só resolvi vir de novo pra Dubrovnik como dessa vez estou ficando uma semana inteira. Simples assim.









Cartoes postais

Um costume que as pessoas não tem mais é o de mandar cartões postais quando viajam. Eu acho muito legal receber postais, então procuro sempre mandar alguns.

Eu tinha mandado vários de Zagreb, mas ontem descobri que em alguns usei o selo errado. Provavelmente vão ser descartados.

Você que está lendo isso e não receberá meu postal, peço desculpas. Pelo visto não entendi direito o que a mulher da banca falou na hora, hehe. Da próxima vez pergunto em inglês.


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O copo d'agua e a lei de Murphy

Impressionante, só porque eu falei ontem do copo dagua hoje tive meu primeiro revés.

Fui a Cavtat, cerca de 20km de Dubrovnik. Num restaurante, pedi um frango, um refresco, e a agua. Quem me atendeu era o dono do lugar. Ele quis dar uma de esperto, e trouxe uma agua mineral. Eu falei que nao, que quis dizer agua da torneira mesmo. Ele se fez de desentendido, falou que nao dava, respondi pedindo pra cancelar que eu estava indo embora. Ele falou, po, so por causa da agua? Fica ai, e entrou bravo pra buscar a agua. Eu pensei "esse fdp vai cuspir no meu frango...". Juntei minhas coisas e fui embora.

Depois dessa, perdi a vontade de gastar minhas kunas e contribuir para o desenvolvimento de Cavtat. Passei algumas horas aproveitando o Mar Adriatico e voltei pra Dubrovnik pra comer. E aqui me deram nao um, mas TRES copos dagua. Haha! Cidadezinha metida a besta, Cavtat.




terça-feira, 16 de agosto de 2011

O copo d'água

Aqui na Croácia é muito comum pedir água em restaurantes e lanchonetes. Sempre que sento pra comer, peço um "čašu vode" e eles trazem, de graça. Aliás, se vc tiver morrendo de sede, pode entrar numa boa só pra beber água. É costume por aqui.

Mas claro que pra isso você não pode ser afrescalhado que só bebe água mineral: é tudo da torneira. A garrafinha que levo comigo encho na pia do banheiro, ou numa das fontes da rua. Nunca peguei água ruim ou com gosto.

Viajando nesse calor, essa dica ajuda a economizar fortunas!

Ps: nao to conseguindo virar as fotos quando posto do celular


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Os Museus de Zagreb


Zagreb tem uma grande quantidade de museus interessantíssimos. Ano passado fui no Museu de Etnografia, que tem roupas e utensílios pessoais de diversas épocas e regiőes da Croácia. Muito legal para conhecer um pouco como era a vida das pessoas comuns. E nessa segunda vinda a Zagreb fui em mais dois museus.

Recomendo muito o Museu Mimara. Ele foi criado depois da doaçăo da coleçăo pessoal de Ante Mimara para seu país natal. Durante décadas ele juntou uma infinidade de objetos históricos e de arte. O museu é bastante eclético: o último andar abriga uma coleçăo enorme de pinturas desde o século XIII até o começo do XX. O segundo andar tem uma coleçăo de esculturas também de diferentes épocas, além de uma ala de arqueologia e diversas relíquias bizantinas, coptas e do cristianismo arcaico. No térreo encontra-se uma coleçăo gigantesca de objetos de arte como vasos, talheres, enfeites, artefatos religiosos... Os objetos ŕ mostra vęm de toda a Europa entre os séculos XV e XIX, além do Oriente Médio. Há uma ala enorme dedicada exclusivamente ŕ coleçăo oriental de Mimara, com relíquias da China, Japăo, Índia e regiőes próximas.


E o outro museu, que também recomendo, é o Museu de Arqueologia. Mas pra esse eu digo é preciso ir sem nenhuma pressa. Confesso que năo aguentei tudo, foi demais pra mim. Como no Mimara, é recomendado que vocę comece a visita pelo último andar e vá descendo. E a primeira parte da mostra é dedicada a uma coleçăo de objetos encontrados em escavaçőes por toda a Croácia. Săo apresentadas algumas culturas que dominaram regiőes do país, com dados históricos e reconstruçőes de vilas e capitais desses povos.

Tudo começa com algumas ferramentas de pedra lascada feitas pelo Homo Habilis: lanças, pratos, colheres de osso...e aos poucos as coisas văo se sofisticando mais, começam a aparecer alguns ídolos, algumas esculturas de animais. E aí começa a idade do bronze, e os utensílios se sofisticam mais ainda, văo aparecendo alguns machados, vários ornamentos...e năo para mais: pontas de lança, espadas, armaduras, dinheiro. Ver de forma tăo cruamente explícita aquele homem primitivo se corrompendo foi forte pra mim. Passei reto pela enorme coleçăo egípcia, pelo maior texto etrusco já encontrado (1500 palavras) e pelas alas grega e romana. Recomendo muito a visita, mas sem hora pra sair. Eu năo durei muito tempo! Hehe. Voltarei.

Êxtase de São Francisco
Detalhe

Luminária, cristianismo arcaico - Séc. V

Porcelana chinesa, séc. XVI


domingo, 14 de agosto de 2011

Fazenda na chapa

Eu tenho um post preparado sobre comida. Tá no meu pen drive, esperando um computador com internet pra ser postado (agora tô no celular). Mas o que comi ainda agora merece seu próprio post. Mais ainda, merecia seu próprio estômago! Putz, que violência.

O cardápio dizia simplesmente "churrasco". Ćevapčići, kobasice, franco, vaca e porco harmoniosamente mortos na minha frente aguardando a primeira dentada. Dilícia! E ainda veio acompanhado com um trilhão de plantas. Sou anti-planta de coração, mas mesmo contra todos os meus princípios e instintos, provei. E gostei.

Não só gostei, como me senti um fazendeiro que comandou "Recolham um exemplar de cada espécie que cultivamos nessas terras e contruam um barco...não não, cancela o barco, frita tudo na chapa e me traz aí que tô com fome".

Ainda fiquei alugando o garçom pra aprender os nomes de tudo, o único que decorei foi "paprika". Agora tô tão cheio que adiei o passeio noturno por uma horinha...ou três.


Dobro pričaš hrvatski! Od kud si?

Tenho ouvido as palavras acima com certa frequência por aqui. Significam "Você fala bem croata! De onde és?". Isso é uma vaca de dois legumes pra mim, porque ao mesmo tempo em que me motiva também me deixa pensando que raios eu fiz de errado pra em meia dúzia de palavras sacarem que sou gringo. Por mais que eu tente me misturar, continuo um estranho no ninho!
Aliás, quando perguntam porque estou aprendendo croata não tenho saco pra contar a história do outro post e falo que minha avó era da Slavonija (interior da Croácia). Haha!



Dia dos pais

Hoje, até onde me lembro, é a primeira vez que passo um dia dos pais longe do meu.
Se eu fosse tentar agradecer tudo que você já fez por mim, sei que nāo ia ser suficiente...então vou me limitar a três palavras apenas: te amo, Pai! Você vai sempre ser um exemplo pra mim.



sábado, 13 de agosto de 2011

Vlog? Cês tao loucos

Pra vcs que falaram que fiz um vlog na última postagem, digo o seguinte: vlog é o caramba, aquilo foi um vídeo para o blog. Essa coisa de "vlog" é boiolagem, e não tem espaço pra isso no Finlado na Ralândia não!!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Zagreb

"Zagreb na Croácia continua liiinda.
Zagreb na Croácia continua sendo"

"Alo alo quiosque do eco, aquele abraço
alo torcida do Dinamo, aquele abraço"

                                                                       - Música popular croata




Estou em Zagreb, a capital da Croácia. E o que posso dizer é que esta é uma das cidades mais agradáveis em que já estive. Não que eu seja um cara viajadíssimo, longe disso, mas Zagreb é sim uma cidade muito bela.

A atmosfera peculiar de cidade minusculamente grande e a arquitetura antiga do centro sempre me fascinou. Um dos meus programas favoritos aqui é simplesmente sair andando pela cidade. Sem rumo, parando pra curtir os diversos parques e jardins floridos ou tomar um café. Tomar café, aliás, é uma tradição para os croatas.

E foi aqui que eu conheci a Marília, que aparece no vídeo. Ela é gaúcha, casou-se com um croata, e hoje mora em Zagreb. Link para o blog dela. Aliás, eu estava com a camisa do Brasil no primeiro dia pra ficar fácil de nos encontrarmos. Eu disse que tinha motivo!! haha!

Link para os vídeos da Torre de Lotrščak e do Pavilhão dos Ecos que falamos.

Créditos da música popular croata: Lucas Barreto e Lui Perdoná.

Praça Rei Tomislav e estação de trem (Glavni Kolodvor) ao fundo

Igreja de São Marcos

Parque Zrinjevac

Placa e poste.
Ou vocês acharam mesmo que eu só ia mostrar fotos úteis?

Acidente com 8 carros é reportagem de capa no jornal

Comentário: só 8???? Pffft, que amadores.

O Banho

A temível causa de angústia, sofrimento e choque cultural


Por mais globalizado que o mundo esteja hoje em dia, por mais parecidas que possam ser as cidades e as vidas da pessoas, é nos pequenos detalhes que se vê a diferença cultural entre os lugares. Por exemplo, a forma de (não) tomar banho.


Nestas bandas, um dos detalhes que causam estranheza é o chuveiro. Ou melhor, não é um chuveiro, é um chuveirinho: é igual aquelas duchas de pet shop pra dar banho em cachorro. Você segura com uma mão, enquanto na outra equilibra o sabonete. Dá pra prender ele no alto, mas a ideia é que você gaste 50% (ou mais) das mãos que Deus lhe deu segurando o bendito chuveiro. Com o que te sobra de mãos, você faz o resto do trabalho.

O box é extremamente apertado, o espaço certinho de uma pessoa em pé. E esse aí da foto é o modelo ultra-luxo-garota-moderna, porque boa parte é só uma finíssima cortininha de plástico permeável. PERMEÁVEL. O que significa que se você errar o jato vai molhar o banheiro. Pra piorar, o ralo absorve água mais devagar do que a ducha jorra, então ou você a desliga pra se ensaboar (enquanto o vento sopra pela cortina), ou uma tsunami espumante se espalha pelo banheiro.

Como um ser humano pode ser capaz de tomar banho como um cachorro, protegido das intempéries por uma mísera cortininha, e não inundar o banheiro?

E quando você finalmente termina a empreitada pela limpeza, já cansado de tanta água espirrando em todas as direções, você sai do box-cortina e pisa no tapetinho... encharcado! Extasiante.

Eu matutei profundamente sobre a questão, e cheguei à seguinte lista de prós e contras sobre os atributos e utilidades de tal maravilha da engenharia europeia:

Prós:
   - Nunca fez mal a ninguém NENHUM

Contras:
   - Não tem prós
   - É uma merda

A questão é séria, meus caros. Bastante séria.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Uma correção

Antes que eu durma, uma correção: o correto é fá-lo-ei, e não fazê-lo-ei. Fui pagar de fucking chato professor Pascoalho (como diria o mestre Lucas) e tomei na cabeça. Pai de chato é chatão. Te amo, pai! Obrigado por me corrigir.

Hrvatska

Fim do dia sobre o Atlântico
Voando sobre os Alpes
Bom, como eu disse, saí do Brasil e vim para a...Croácia! O fato é que cheguei são, salvo e com todas as malas em Zagreb.

Mas...por que Croácia?

Essa história de amor e nenhum ódio começou há muito tempo atrás, aqui nesta galáxia mesmo, quando eu estava terminando o curso de inglês no CCAA Lapa, em São Paulo. Nós tínhamos que fazer uma apresentação como uma espécie de trabalho de conclusão, e o tema era "países". Resolvi escolher um país sobre o qual eu não conhecia nada, assim eu podia aprender alguma coisa. E escolhi a Croácia nem sei direito por quê. Eu jogava com ela no video game, tinham ido bem na Copa. Sei lá.

E me apaixonei. Olha, se você não conhece nada, sugiro violentamente que procure umas fotos. Existe uma infinidade de ilhas e lugares lindos no litoral, ruínas romanas, montanhas, castelos, os lagos de Plitvice, Dubrovnik, e mais, muito mais.

Eu pesquisei muitas coisas sobre o país, afinal era meu TCC. Cheguei até mesmo a decorar uns números e dias da semana em croata pra encher linguiça (ops, me entreguei!), e acabei encontrando uma professora de croata no orkut. Sim, o orkut, hoje mais conhecido como a 25 de março das redes sociais. A Danijela - a professora - dá aulas pela internet, e apesar de ambos morarmos em São Paulo, optei pelo Skype. E assim fiz o curso.

Mas ainda demorei muito tempo pra realmente por meus pés em solo croata. Só em julho de 2010 que realmente vim pra cá a primeira vez. E essa viagem por si só dá assunto pra outro post, fazê-lo-ei em outra oportunidade. (VISH, toma essa mesóclise então!)

E é claro que dessa vez, a caminho da Finlândia, eu não podia deixar de passar pela Croácia. É caminho! É aquilo, se você tá indo de São Paulo a Brasília e adora um feijão mineiro, é óbvio que você vai desviar pra comer naquele restaurante maravilhoso da dona Benta, não vai? Mesma coisa, é exatamente a mesma coisa. A Finlândia é tão longe que qualquer coisa é caminho, até mesmo a Croácia!

A rua na frente do manicômio.
Para os piadistas: Sim! Passei na frente e não me chamaram.

Jardim Botânico

Arquitetura antiga de Zagreb

Praça Rei Tomislav

Lago Jarun, a praia dos... Zagrebinos? Zagrebianos? Zagrebienses?
Enfim, dos habitantes de Zagreb

Eu e 100% das bananeiras de Zagreb.
SIM, eu tinha motivos pra usar essa camiseta, não sou chato "OIÊ, ME VEJAM, SOU DO BRAZIU"


terça-feira, 9 de agosto de 2011

Ai, ai, aiai, tá chegando a hora...

Faz tempo que começaram as despedidas...e quando a hora de ir de vez se aproxima, começam os "últimos": último abraço em cada amigo, último estrogonofe da mamãe, última picanha...até a última sentadinha no trono de casa é importante.
Pra mim, só ficou faltando a última noite de sono na minha cama, por que eu utilizei a tradicionalíssima técnica Jack Bauer de arrumação de malas: deixei (quase) tudo pras últimas 24h.

Mas é isso, parecia que não ia chegar nunca, e aqui estou eu saindo de casa pra voltar só daqui a muito tempo.

Eu ia escrever um post muito mais legal sobre isso, mas me atrasei horrivelmente e não consegui. Só não peço desculpas a você, leitor, porque ninguém tá te obrigando a ler isso. Eu avisei no primeiro post que ia ser uma porcaria, não avisei?

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Desde os tempos mais primórdios, o blog de viagem tá aí (tá aí, tá aí)



Virou moda aqueles que vão morar longos períodos no exterior criarem blogs. Eu obviamente não vou quebrar essa tradição. Eu vou estar atualizando (assim mesmo, no Future Continuous) esta página com porcarias e derivados.

Como diria o King Size do Rio de Janeiro, dentro de muito em pouco tempo partirei para um ano inteiro de estudos na antiga Helsinki University of Technology, hoje parte da Aalto University. Claro que antes de ir pra lá farei uma nem-tão-rápida-assim escala na Croácia, minha paixão inexplicada.

Então é deste jeito, de malas quase prontas e aproveitando os últimos instantes em casa, que inauguro o Finlado na Ralândia. Pra quem não entendeu, o nome é um trocadalho com "Ralado na Finlândia". Rá!